05 agosto, 2011

Casamento feliz

Quem foi que disse que o casamento é como um submarino, que é feito para afundar? Estou casada a quase um ano e tenho estado sempre com o mesmo pensamento na minha cabeça quando olho para o meu amor:
"isso não era suposto ser mau?"
Não, não é. Ouvi tantas vezes que casar acaba com qualquer boa relação, que tudo ia mudar (para pior) e que a taxa de divórcios aumenta todos os anos e que o mais certo seria fazer parte deste grande grupo.
Muitos podem estar a dizer que só digo isso por estar casada a muito pouco tempo. Já oiço isso desde o namoro. "Vocês são assim tão amorosos por que é só o primeiro ano de namora", "Bah, isso é só agora, que ainda não casaram", "Quando os filhos aparecerem é que vão ver"... Enfim ....
Tanto agoiro! Deixem os outros serem felizes! Existem SIM casamentos felizes, e relações equilibradas e baseadas em amor, confiança e amizade. 
Amanhã é dia de jantar romântico, vamos comemorar os nossos anos de namoro, pois apesar de já sermos marido e mulher, somos acima de tudo namoradinhos, e seremos sempre, não importa o que digam.
Para todas as feliz namoradas, mulheres, amantes e apaixonadas... Inspirem-se!



Os versos que te fiz

O beijo no Beijo de Rodin

Deixe dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer !
São talhados em mármore de Paros

Cinzelados por mim pra te oferecer.

Tem dolencia de veludo caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer !

Mas, meu Amor, eu não te digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz !

Amo-te tanto ! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz.



Beija-mas bem!... Que fantasia louca

Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!...


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente! 

Florbela Espanca